domingo, 12 de dezembro de 2010

Fic: Diário de uma Pirata II - Capítulo 15

28 de Agosto de 1624. Uma semana já se passou, e eu presa em meu quarto durante este meio tempo, basicamente saindo apenas para comer algo e voltar em seguida. O clima está tenso, neste tempo não falei com ninguém, assim como não vi Jack e Michael... Quero dizer, até vi, em momentos que eu fingia estar dormindo podia ver um ou outro me olhando pela janela...
Sinto o barco parar. Abro minha porta e vou diretamente me retirando. Não quero cruzar com os dois, não agora... Eu e a tripulação vamos nos posicionando ao redor dos representantes do conselho. Um verdadeiro tumulto, várias pessoas se amontoando, mas dentro de alguns minutos, tudo se organizou.
Jack e Michael saíram lado a lado. Sem olhar um ao outro, como dois competidores de olho no prêmio; Eu!

Sem troca de palavras alguma, a batalha começa com uma rápida ofensiva vinda de Jack, Michael se defende belamente. Eles ficam neste plano de batalha por alguns minutos, Michael está em vantagem, pois a ofensiva usada em determinada linha de tempo, consecutivamente, acaba por deixar o batalhador exausto com maior facilidade.
Michael se aproveita de uma “brecha” e ataca, Jack desvia rapidamente mas seu braço é arranhado. Agora a situação se inverteu, Michael ataca um defensivo Jack, que é muito esperto e chuta as pernas do seu adversário, que acaba por cair ao chão e leva um doloroso golpe no braço esquerdo. Sangrando e com dor, Michael pula para trás e chuta a mão de Jack que acaba por derrubar a espada, mas rapidamente a recupera.
Eles estão parados, olhando um para o outro, fazendo uma trégua que dura cerca de um minuto.
Eles voltam ao combate, ambos em posição de ataque. Uma luta incrível, onde percebemos a força e a vasta agilidade de ambos batalhadores. Espadas abaixo, espadas ao céu, uma luta que deixa os seus espectadores boquiabertos com tamanha destreza dos dois oponentes.

Creio que uma hora tenha se passado desde o começo da batalha, não havia expectativas para opinar sobre o futuro vencedor, até que... Jack desarma Michael e aponta a espada para o pescoço do mesmo. Michael está apavorado sem saber o que fazer... Droga, eu quero ajudá-lo, mas eu não posso!
A espada de Michael tinha caído dentro do mar, impossível seria recuperá-la. Então ele consegue escapar da mira de Jack e corre para dentro do navio, em busca de uma nova arma. Jack corre atrás dele e em seguida, tanto eu como o resto da tripulação seguimos atrás deles para seguir observando tudo.
Jack batalha sujo, não que nós piratas tenhamos um jeito limpo de batalhar, mas um pouco de respeito seria bom. Ele chuta Michael pelas costas, e ele caí no chão, fraco e cansado demais para seguir batalhando. Jack pega Michael pela gola da camisa, e diz:

- Adeus, garotinho. Com uma risada sarcástica, Jack joga Michael ao mar.
Não! Michael não está em condições de nadar, nem sequer de boiar na água, se ele cair lá, concerteza ele irá se afogar! Preciso salvá-lo!
Eu corro, alguns colegas e principalmente, Jack, tentam me impedir, mas eu não vou ser parada agora. Eu pulo no mar na tentativa de salvar Michael!
Como eu suspeitei, ele nem tenta se salvar, ele está afundando.Preciso buscá-lo a tempo, eu teria mais facilidade para realizar tal tarefa, se eu fosse melhor nadadora. Mas eu sou a única que pode salvar Michael, e se eu não conseguir, morrerei com ele, aqui nos mares do Caribe.
Eu o alcanço e o seguro. Resista por favor, Michael! Tento nadar com ele até a superfície, mas nunca nadei segurando outra pessoa, é muito mais difícil, temo não conseguir chegar até a superfície... E pelo visto não conseguirei, não consigo mais prender a respiração, minha visão está embaçando...
Desculpe-me, Michael... Eu amo você. Penso, e aí então, desmaio...

... Visão embaçada, tontura... Estarei eu no céu?
Não, não estou. Chego a esta conclusão quando minha visão se restabelece e vejo Jack encima de mim!
- Saia de perto de mim! Grito.
- Mas, Jordana...
- Nada de “mas”, Jack! Você matou Michael! Eu tentei salvá-lo, mas... Não consegui, eu deveria ter morrido ao lado dele! Você não devia ter me salvado! Seu, seu... Infeliz, assassino! Digo socando levemente o peito dele, quase me afogando em lágrimas.
Encosto meu rosto no ombro dele e choro, desesperada. Eu não acredito, eu não salvei Michael...
- Garota... Diz Jack com uma voz estranha – Que tal parar de chorar e olhar para trás...
O que? Eu penso. Tento cessar o choro por alguns segundos e faço o que Jack disse. Meu coração dispara! Michael está parado atrás de mim, com uma aparência muito abatida, mas ali está ele!

- Michael! Eu grito e pulo nos braços dele, que me abraça de leve.
- Michael – Eu digo novamente – Você está vivo, meu Deus, estou tão feliz... Eu não sei como eu viveria sem você. Digo abraçada à ele, novamente em prantos...
- Calma, calma. Não chore, não gosto de vê-la chorar. Diz Michael.
- Eu me acalmo aos poucos, e olho para ele e o beijo. Eu pensei que nunca mais iria sentir este doce sabor!
- Com licença... Diz Jack nos observando – Garota, não está curiosa para saber o que acontecera?
- Sim, estou. – Eu respondo – Conte-me...
- Quando eu vi... Que você não voltava a superfície, eu decidi pular ao mar para buscá-la. Mas como eu sabia que, se você voltasse viva e o seu... Namoradinho, não. Você tentaria me matar, ou se matar. Então achei melhor para todos que ambos fossem salvos...
- Bom... Não sei se te agradeço ou não, pois você fora o responsável pela “quase-morte” de Michael e consequentemente, minha. Mas, de todo o modo, você se arriscou e nos salvou, seja pelos motivos que forem. Então, de qualquer forma... Muito obrigada, senhor Sparrow...
- Não há de que, e... Mais uma coisa.
- O que? Eu e Michael dizemos juntos.
- Eu cedo o cargo de capitão do Corona à Michael. Ele é um capitão... Muito melhor do que eu... Para esta embarcaçãozinha.
A tripulação o xinga mas cessa em seguida, e ele continua:
- Este barco é pequeno demais para nós dois. Adeus, garota...
Estou sem palavras, digo a coisa mais sensata a se dizer: Adeus, Jack Sparrow.
Ele sai junto à Lee e Elizabeth, que observaram a tudo calados. Não foi necessário manifestação de nenhum dos dois, sendo que o seu silêncio, concordava com tudo proposto.

E foi assim, um dia exaustivo e vasto de surpresas. Michael e eu não conversamos direito, fomos direto para a cama, estávamos muito cansados. No outro dia, celebramos o seu primeiro dia como capitão, e ao mesmo tempo, comemoramos seu primeiro aniversário (29 de Agosto), no reinado. Vida longa à Michael, o Rei do Corona, o Rei do meu coração!

Fic: Diário de uma Pirata II - Capítulo 14

21 de Agosto de 1624. Ao me acordar, me vejo sozinha na cama. Subo ao convés e vejo Michael treinando com outro pirata, Michael... Que homem dedicado e esforçado.
Decido ir até o meu quarto, guardar o meu diário. Sim, escrevi o último capítulo aqui contido, enquanto Michael dormia.
Os aposentos geralmente não são muito separados uns dos outros, mas o meu e o do Michael sim. Só há três aposentos particulares, os nossos e o do capitão, cada qual em uma ponta do navio, sendo o do capitão o cômodo central.

Pois bem, eu me dirigia com a cabeça baixa até o meu destino, eu estava até então, completamente distraída. Mas em determinado momento, senti alguém me segurar pelo braço. Alevanto a cabeça um tanto assustada (devido à distração em que eu me encontrava) e vejo Jack, segurando meu braço, e sorrindo.

- Bom dia, capitão Sparrow. Eu digo.
- Bom dia para você também. Como foi a noite?
- Foi boa, foi tranqüila... Porque a pergunta?
- Não a vi em seu quarto, presumi que estivesse com... Aquele homem.
- Eu estava sim. Agora com licença. – Eu digo dando de costas para ele.
- Espere. Não lhe dei permissão para se retirar – Ele me diz, segurando meu braço mais uma vez.
Eu olho para ele calada... Droga, esse olhar penetrante e sedutor! Meu coração está acelerado.

- Porque você não deixa Michael e fica comigo? Ele diz, quase sussurrando próximo ao meu rosto.
- Jack, eu não... Ele me deixa boba, não consigo terminar minhas frases.
- Vem cá! Ele diz, me colocando contra a parede e ele. Ele ainda segura meu braço, com anseio que eu tente fugir, e então ele me beija. Por mais que eu esteja com raiva dele neste momento, eu não faço força para tentar fugir. Em um momento que nossas bocas se soltam, eu sussurro:

- Jack, por favor, me deixe em paz. E ele em responde, olhando em meus olhos:
- Eu não posso... Eu não consigo. Eu... Preciso de você!
Ele me beija mais uma vez, e me puxa para dentro do quarto dele, onde ele beija o meu pescoço e acaricia o meu corpo. Este toque... É como o do sonho.
Ele me lembra o Lee, neste ato, é como se eu fosse... Uma boneca. A diferença... É que com Lee, eu sentia repulsa neste momento, e vontade de fugir, mas agora não...

- Afaste-se dela! Uma voz muito familiar grita na porta. Eu congelo de medo.
É Michael que adentra o quarto, apontando a espada para Jack.
- Ei, vá com calma meu amigo, não... Se precipite. Diz Jack, também assustado com a expressão de fúria de Michael.
- Michael, eu... – Eu tento me explicar, mas ele me corta dizendo:
- Não precisa se explicar, eu vi tudo! Mas que abuso, capitão Sparrow! Que falta de respeito com minha mulher! Eu não vou te perdoar isso – Michael já diz colocando a espada rente ao pescoço de Jack.
- Michael, não faça isso! Eu grito – O conselho está vindo ao nosso encontro, sabe o que aconteceria com você se soubessem que você sozinho matou o seu capitão? Você, provavelmente, teria o mesmo destino!

Ao ouvir isso, Michael abaixa a arma e eu vou para o lado dele. Michael, ainda furioso, diz:
- Eu ainda vou ter minha vingança; Ainda vou me livrar de você!
Ao dizer isso, Michael se vira, pega em minha mão, e saímos... Mas antes de eu deixar o corredor, me viro para Jack que nos assiste na porta, e pergunto:

- Quando nos encontraremos com o conselho?
- Pelos meus cálculos, daqui a sete dias, no dia 28.

Viro-me de volta para Michael, e continuamos nosso caminho... Acho que, a partir deste momento, irei ficar encerrada em meu quarto...

Fic: Diário de uma Pirata II - Capítulo 13

20 de Agosto de 1624. Estou quase pulando no pescoço de meu capitão. Ele está me deixando nervosa com essa atitude sética dele.
- Diga logo, homem!
- Hum, eu digo, com uma condição.
- Condição? Qual?
- Eu quero um beijinho – Diz ele, rindo de minha expressão irritada.
- Escute – Digo pegando-o pela camisa – Pare de besteiras e diga logo o que você está escondendo.
- Está bem então. Seus amiguinhos, Lee e Elizabeth, estão vindo pra cá.
Eu não acredito no que eu ouvi, não! Ela não!

- Jack, faça o favor de sair do meu quarto – Eu digo.
- Como quiser. Diz ele se retirando.

Jogo-me na cama. Isso não pode estar acontecendo. Irei dormir, e a noite terei uma conversa com Michael, preciso aproveitar a vinda do Lee, ignorando a presença daquela... Mulher infeliz.

Acordo-me. Já é noite. Saio da cama e me dirijo até os aposentos de Michael.
Os meus colegas piratas estão todos no convés; Bebendo e contando histórias. Vejo a todos, menos Michael e Jack. Será que estão juntos?
Vou até a porta do quarto de Jack e o vejo, sentado à mesa, escrevendo algo. Ótimo. Que por aí fique.
Agora vou realmente até o meu destino. Dirijo-me aos aposentos de Michael e entro. Ele está deitado na cama, acordado, olhando para o teto. Ele está divagando, nem me viu entrar.

- Ei, acorde... – Digo à ele.
- O que? Meu amor, eu não vi você entrar. Dormiste bem?
- Dormi sim, mas depois falamos disso. Eu preciso conversar um assunto sério com você...
- Bem... Então, comece...
- Eu não sei se Jack disse à você, aliás, eu duvido que ele tenha dito à você... – Michael me olha sério, e preocupado – Lee e Elizabeth virão até aqui.
- O que? Não, não podem! Eu não quero encarar aquela... Aquela mulher mais uma vez.
- Eu também pensei por esse lado quando ele me disse isso. Claro que, não pude deixar de pensar no meu lado de namorada ciumenta. Eu não sei o que ela vem fazer junto, talvez seja só para me irritar mesmo, mas a questão que me veio em mente é outra...
- Do que você está falando?
- Michael... – Faço uma pausa. “Essa decisão vai machucar muito, mas eu não tenho outra escolha”, penso.
- Vamos mocinha, diga, do que você está falando. – Michael insiste.
- Eu quero que você peça ao Lee uma batalha com Jack, para que você tente conseguir o cargo de capitão.
- Eu não esperava tal pedido... Porque você decidiu isso agora?
- Por causa de uma... Besteira minha, uma crise de ciúmes você perdeu de conseguir esse cargo. E agora, você e o Jack não suportam um ao outro. Não há como continuar assim... Vocês dois não podem ficar neste navio, e, Michael... Você tem de vencer.
- Mas e se eu perder?
- Se você perder, eu realmente não sei o que pode acontecer... Eu tenho muito medo, mas é um risco que tem de ser corrido.

Michael abaixa a cabeça e diz: - Vem cá. – Ele me deita na cama e me abraça por trás. Um abraço apertado com medo e insegurança. Uma verdadeira criança, preocupada com uma grande responsabilidade.
Por mais que agora, Jack também tenha conquistado o meu coração, eu não posso continuar assim. Eu não vou e nem quero deixar Michael, e não quero traí-lo. Não me sinto bem com tal atitude. Por mais que doa em mim, preciso que Jack deixe este navio...