domingo, 12 de dezembro de 2010

Fic: Diário de uma Pirata II - Capítulo 12

20 de Agosto de 1624. O que... O que você quer dizer com isso? Perguntei um tanto abismada com tal afirmação que recebi da parte dela.
- Foi o que você ouviu, garota. Eu fiz você ter aquele sonho. E vejo pela sua cara que... Você gostou, não?
Neste momento fiquei vermelha de vergonha, ela pode estar certa, em partes eu adorei aquele sonho e... Garota! Acorde, não é hora de pensar nisso! – Brigo comigo mesma em pensamento.
- Diga. Se for verdade o que dizes, como o fez?
- Ora, não foi muito difícil. Você está com a mente muito confusa, facilitando para uma feiticeira do mar, brincar com os seus sonhos.
Feiticeira do mar? Eu sabia que havia algo por trás desta mulher – Penso.
- Porque fez isso? – Eu disse - Do que lhe interessa minha vida?
- Porque você não deixa de me tratar com tanta hostilidade, e não me agradece logo? Pois bem, fique quieta que eu lhe explico, garota de mente confusa... Eu estou observando você há muito tempo, você é uma grande guerreira, possui de fato, um grande potencial. Mas, eu vi o seu futuro menina, e você só vai se acabar, se continuar apaixonada por estes dois homens. E acredite, pode ser que eles acabem com si próprios, como você presenciou na “simulação”. Joseph era um bom homem, e acredite, ele considerava muito você, e Michael. Assim como eu sei que ele conhecia e era amigo de Jack. Ou seja, não faço isso somente por você. Faço também e principalmente, pelo meu amigo Joe.
Para que as coisas tomem o seu rumo certo, você tem de tomar uma decisão... E logo.

Dito isso ela sai pela porta, me deixando aqui, pensando... Michael, o meu ‘fiel’ companheiro dos últimos anos, ou Jack, um homem que surgiu agora dizendo que me ama, e meu coração acelera quando eu penso nele... A escolha parece tão lógica, mas porque para mim não é?

Eu saio de meus aposentos, preciso de um pouco de ar. Já é de tarde, os homens estão limpando o convés. Há tempos, eu não faço nada de útil por aqui. Decido pegar um esfregão e ajudar a limpar.
Ajoelho-me em determinado ponto do convés, e faço o meu trabalho. Enquanto limpo, não consigo deixar de pensar em Michael e em Jack... Eles são tão... Diferentes, mas meu coração bate por igual com eles, e... Não!
- Não, não, não! Grito, enquanto rio. – Sim, alguém chega por trás de mim e começa a me fazer cócegas. Tenho uma leve suspeita de quem é.
- Michael, pare! Eu grito, ainda rindo desesperada. Ele conhece o meu ponto fraco.
- Estraga prazeres, você não tem o direito de brigar comigo.
- Como é que é? Pergunto abismada.
- Eu não ouço sua risada à dias. Estou com saudade... Assim como, estou com saudade do doce sabor de sua boca.
- Oh Michael... Vem cá. – Eu digo, segurando-o pela nuca e trazendo o rosto dele junto ao meu, e eu o beijo. O beijo muito, para matar a saudade. Comentários maldosos nos cercam, mas eu não ligo. Eu quero que este momento nunca acabe...

... Eu e meu pensamento. Adivinhe quem nos interrompe?
- Isso não é hora e nem lugar para namorar, meus jovens. – Diz Jack se aproximando.
Fico olhando para ele calada, por um lado, estou brava por ele ter nos interrompido, por outro, estou envergonhada por ele ter visto nós nos beijando.
Michael também o olha em silêncio, com um olhar furioso e ciumento.
- Que silêncio... Uma piranha comeu a língua de vocês, ou será que vocês mesmos fizeram isso? Ele diz com um risinho sarcástico. Sim, ele está morrendo de ciúmes, e quer fazer o possível para irritar a Michael e a mim.
- Não. Se quer saber, nossas línguas estão muito bem, obrigado. Agora, sem querer ser insolente, mas pode nos dar licença? Michael diz, furioso.
- Escute aqui, você está me dar uma ordem? À mim, o capitão deste navio? Ora, não seja tolo homem, eu posso ficar aqui o tempo que eu bem entender, eu mando em você. Se eu quiser que você se afaste da moça, e eu quero, você tem de me obedecer ou sofrerá as conseqüências.
Michael está mudo, e eu também. Não quero estar no meio destes dois, e não quero causar discórdia.
- Escutem, parem de brigar por minha causa, está bem? Eu vou me retirar e vocês não tem mais razão para tal ato. Entrego o esfregão nas mãos de Jack e saio.
Ódio, aquela mulher tinha razão no que disse, esse meu amor pelos dois vai prejudicar à mim e à eles próprios. Eu preciso tomar minha decisão, e logo. Mas mesmo assim, não consigo deixar de me sentir irritada.
- O que mais falta me acontecer hoje?
- Com licença. Jack entra no quarto.
- O que quer? Eu digo. Virando o meu rosto pro lado, não quero olhar pra ele.
- Eu não quero nada, só vim lhe trazer uma noticia, e já lhe adianto que, você não irá gostar.
- O que? Que noticia?
Ele fica parado olhando para os seus dedos, se fazendo de desinteressado em minha curiosidade, mais uma vez, ele tenta me provocar. Droga Jack, diga logo, qual a noticia que eu não irei gostar, o que mais me falta acontecer?! Grito em meus pensamentos.

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